sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PARA ENTENDER O CONFLITO ISRAEL-PALESTINO

TEXTO BÁSICO DE AUTORIA DO REVERENDO EDIJÉCE MARTINS FERREIRA
(Com alguns acréscimos e alterações por Heraldo J. Santos).
I)ANTECEDENTES = De modo geral, quem lê a Bíblia conhece a história antiga de Israel. Ela começa com a migração de Abraão, que saiu das longínquas terras da Caldéia (antiga Babilônia) para as terras das tribos cananitas, chamada de Canaã, onde habitavam amorreus, heveus, ferezeus (e outros pequenos povos, conforme Gênesis 15:19-21), em forma tribal. Trata-se de uma faixa de terra pequena, de apenas 9.654km quadrados, estendendo-se do Líbano ao norte, até o Egito, no sul, com uma largura média de 64km. A estas terras, devem ser acrescentados 6.436km quadrados ao leste do Rio Jordão, a área geralmente chamada de Transjordânia, no total mais ou menos equivalente ao Estado de Sergipe. Abraão foi para lá mais ou menos no ano 2000 AC, percorreu toda a terra, estabeleceu-se nela, tornou-se rico e poderoso (Gênesis 12 e 14) e recebeu de Deus a promessa de ser “pai de uma grande nação” e dono das terras (Gênesis 12:2; 15:18). De Abraão nasceram Isaque, Ismael e Midiã. Cada um tomou depois o seu destino, por força das circunstâncias históricas, ficando Isaque na Palestina, Ismael como fundador dos povos árabes e Midiã, de quem vieram os midianitas, também árabes, ao norte da península arábica. Posteriormente, nós temos a história de Jacó, filho de Isaque, e de José, filho de Jacó, que definiram ainda mais a Palestina como se fosse uma propriedade particular desses patriarcas.
II)A FORMAÇÃO DO POVO DE ISAREL = A formação de Israel começa com Abraão, Isaque, mas é propriamente com Jacó, que começa a história de Israel, que é principalmente marcada pela sua migração deste para o Egito, em tempos de crise (fome) e permanência nas terras do norte (Goshen), que lhes foram dadas por Faraó, amigo de José, que governava o Egito. Aí se formou o povo judeu, que nós chamamos de Israel. Passada a fase de José, veio o período de escravidão do povo, sob o domínio de outros Faraós, que queriam construir grandes monumentos. Eles se aproveitaram da presença, no Egito, de um povo não-egípcio, e o usou como mão-de-obra gratuita para escravizá-lo. Deus, então, proveu um líder judeu, mas com formação egípcia, Moisés, para libertar o povo e o trazer de volta à Palestina, sua antiga morada (Gênesis 1 a 5). Depois de muitas peripécias (as pragas, a fuga, a travessia do Mar Vermelho, a caminhada pelos desertos durante 40 anos, a conquista da Canaã), Israel finalmente fixou-se novamente na Palestina (Números de 10 a 22), depois de muitas guerras.
III)ISRAEL – UM POVO DOMINADO = Aí começou uma nova fase da história. O povo escolheu um novo regime de governo - a monarquia - e teve, sucessivamente, a Saul, Davi e Salomão como primeiros reis. Morto Salomão, o reino se dividiu em duas partes, ficando a do norte com dez tribos, sob o reinado de Jeroboão e seus sucessores, e a parte do sul com a tribo de Judá, sob o reinado dos filhos de Salomão, ou seus descendentes (leia os livros dos Reis). No séc. VIII AC, as coisas mudaram muito: os assírios, na época de Senaqueribe, formaram um grande império. Em 701, eles começaram a invadir Israel, pela parte do norte, conquistando várias das suas cidades, e, depois, levando os nortistas (Israel) em cativeiro (732-722AC). Foi o cativeiro assírio. Cerca de cem anos depois, foi a vez dos sulistas (tribo de Judá) serem invadidos por outro império – dos babilônicos, que conquistou a Assíria, em 733 AC. Em 605 AC, Jerusalém foi dominada e em 586 AC foi destruída e os judeus foram levados em cativeiro, que durou por 70 anos. Depois, foi a vez dos persas (época de Ciro), que permitiu e promoveu o retorno de Judá do exílio e a reconstrução de Jerusalém. Foi a época de Esdras e Neemias (539 AC). Mas, um terceiro império surgiu mais tarde – o Império Grego. Em 320 AC, o seu rei, Ptolomeu, tomou também Jerusalém. Este foi o período dos Macabeus, de uma família de judeus heróicos que lutou contra a dominação e a tirania grega. No ano 63 AC aconteceu a mesma coisa, agora da parte de Pompeu, imperador romano. No ano 70 DC, já na era cristã, a cidade de Jerusalém foi novamente e totalmente destruída, por Tito, general romano. Resumindo esta parte, observamos os impérios e os períodos históricos na tabela abaixo relacionada:

IMPÉRIOS PERÍODOS DA HISTÓRIA DESTRUIÇÕES DE JERUSALÉM
ASSÍRIO 883 a 612 AC
BABILÔNICO 605 a 539 AC 587 AC por Nabucodonozor
MEDO-PERSA 539 a 331 AC
GREGO 331 a 146 AC
ROMANO 146 AC a 476 DC Ano 70, por Tito

Vemos, assim, que desde o século VII AC não há paz em Israel, exceto durante pequenos períodos.
3. IV)RECESSO JUDAICO = Passados esses episódios que duraram séculos, Israel entrou como que num recesso político, porque (1)foi submetido a uma diáspora durante a qual ficou espalhado pelos muitos povos da terra, durante pelo menos 1878 anos (do ano 70, quando o templo foi destruído, até o ano de 1948, quando a reorganização foi autorizada pela ONU); e (2)porque durante todo esse período Israel perdeu a sua condição de povo, com representação política em meio aos outros povos do mundo. O território, então, passou de mão-em-mão, como podemos ver: 1)Domínio Árabe (660 a 1071): Israel ficou sob o domínio árabe, por três dinastias sucessivas, o que explica a presença muçulmana na região: a)Dinastia Oríada, com capital em Damasco (660 a 750); b)Dinastia Abássides, com capital em Bagdá (750 a 974, ou 1258); e c)Dinastia Fatimida (974 a 1071), descendentes de Fátima, filha do profeta Maomé, e habitantes do norte da África e do Egito; 2)O Mandato Britânico (1920-1947): Com a derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial (ele praticamente havia dominado o mundo oriental todo, até 1922, na forma de califado), a Inglaterra assumiu o controle da Palestina, recebendo para isto mandato da Liga das Nações (antiga ONU), em 1922. A imigração judaica para a região então cresceu, estimulada pelo movimento nacionalista sionista nascido na Europa no século XIX, em reação à perseguição aos judeus no continente europeu. Neste período, desenvolveu-se a filosofia das comunidades judaicas chamadas de kibutz (ou kibutzim no plural), de natureza rural, nos quais ficou organizada e residindo a maior parte desses migrantes. A intenção era estabelecer um "lar nacional" para os judeus na Palestina, baseada em parte nos laços religiosos e históricos com a região, firmando a legitimidade histórica à terra. A proposta teve o apoio do governo britânico na Declaração de Balfour, uma carta escrita pelo Secretário para Assuntos Estrangeiros da Inglaterra, Lord Arthur Balfour, em 02/11/1917, demonstrando a intenção de apoiar a criação da Nação de Israel, caso os otomanos fossem expulsos. Entre 1890 e 1922, a população judaica na Palestina dobrou, de 40 mil para cerca de 85 mil e em 1947 chegou a 600 mil, para 1.300.000 árabes, que defendiam a sua legitimidade natural, por nascimento ao território. Neste período, a população judaica começou a formar grupos paramilitares e a usar o terrorismo como forma de pressão política. Entre 1936 e 1939, ocorreu a revolta dos árabes da Palestina contra o domínio britânico e uma nova fase da imigração judaica, que abriu disputa por mais terras; 3)Partilha e Guerra (1947-1948): Em 1947, sob o impacto do Holocausto de seis milhões de judeus pela Alemanha nazista, a ONU, sucessora da Liga das Nações, aprovou a partilha da Palestina. Pelo plano, judeus ficariam com 56% (cinqüenta e seis por cento) do território e um Estado árabe seria formado no restante. Os árabes, porém, rejeitaram a partilha, sob o justo argumento de que ela não obedecia à proporção entre as populações. Começaram, então, confrontos entre os dois grupos. Em 14/05/1948, Israel declarou sua independência, um dia antes do fim do mandato britânico. Milícias foram transformadas em exército. O novo país foi invadido por tropas das nações árabes vizinhas, mas Israel saiu vitorioso e passou a ocupar 77% (setenta e sete por cento) do território. No conflito, mais de 600.000 árabes foram expulsos ou tiveram que fugir de Israel, perdendo casas e propriedades; 160.000 permaneceram; 4)Expansão Israelense (1948-1967): O Egito assumiu o controle de Gaza, no sul, e a Jordânia da Cisjordânia, a oeste. A população dos territórios inchou com os campos de refugiados vindos de Israel, que recebeu no período 700.000 judeus da Europa e de países árabes, boa parte deles expulsos ou em fuga. Palestinos se espalharam também por outros países da região. Em 1957, israelenses, britânicos e franceses invadiram o Egito, tentando retomar o controle do Canal de Suez, nacionalizado pelo governo de Gamal Abdel Nasser, do Egito. A guerra foi interrompida após intervenção dos EUA. Em 1967, alegando invasão iminente capitaneada por Nasser, que mobilizara tropas na fronteira, Israel atacou o Egito. A Jordânia e a Síria entraram na guerra (Guerra dos Seis Dias), ao final da qual Israel ocupou a Península do Sinai, pertencente ao Egito, as Colinas de Golã, pertencentes à Síria, ao norte, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e o setor oriental de Jerusalém, que estava sob domínio dos árabes. A Resolução 242 da ONU determinou a retirada israelense desses territórios. Em 1964, foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), coalizão de grupos nacionalistas e marxistas, que não reconhecem o direito de Israel à sua existência no local, pedem o direito de retorno dos palestinos refugiados e a autodeterminação para os palestinos residentes; 5)O Recrudescimento do Conflito (1967-1988): Muita coisa aconteceu durante este período, que poderia ter modificado a situação. Em setembro de 1970, militantes da OLP foram expulsos da Jordânia e se refugiaram no Líbano. Em 1972, 11 atletas israelenses foram mortos pelo grupo Setembro Negro, ligado à OLP, durante as Olimpíadas de Munique. Em 6/10/1973, na Guerra do Yom Kippur, a Síria e o Egito atacaram Israel pelo Sinai e por Golã. Depois de 48 horas, Israel reverteu ao ataque obtendo vantagem e lhes impondo derrota. Em 1974, o Fatah, facção dominante na OLP, passou a defender a criação de um Estado Binacional na Palestina, mas facções radicais romperam com a OLP. Em 1979, Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito graças ao Acordo de Camp David, mediado pelos EUA. Em 1982, Israel invadiu o Líbano para expulsar a OLP. O exército israelense chegou a Beirute, onde permitiu o massacre de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Shatila por milícias cristãs aliadas. O comando da OLP se refugiou então na Tunísia. Em 1987 eclodiu a Primeira Intifada (revolta) contra Israel em Gaza e na Cisjordânia. Em 1988 a OLP proclamou a independência Palestina e reconheceu indiretamente Israel, mas nas fronteiras anteriores a 1967. No mesmo ano surgiu o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que prega a destruição de Israel e exige o retorno dos milhares de refugiados palestinos em países vizinhos. Chegamos assim ao período atual, com Israel fortemente armado de um lado e o Movimento Palestino dividido, tendo na Faixa de Gaza a liderança do Hamas, inimigo radical de Israel, atacando-o ao norte com foguetes fornecidos pelos outros inimigos de Israel, e na Cisjordânia, sob a liderança de Abbas, do Fatah, em parte dominada por Israel, mas com espírito aberto a um acordo que resolva definitivamente o problema; 6)Esperança e Decepções (1988-2000): Sob pressão dos EUA, Israel estabeleceu as primeiras negociações diretas com representantes palestinos, na Conferência de Madri (1991). Em 1993, Israel e a OLP firmaram o Acordo de Oslo, que previu um estágio interino de autonomia palestina em Gaza e na Cisjordânia, até negociações finais para criação do Estado Palestino. Foi criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), sob comando de Yasser Arafat, que em 1994 voltou do exílio na Tunísia. Em 1996, Arafat foi eleito presidente da ANP. Áreas de Gaza e da Cisjordânia passaram ao controle palestino, mas Israel manteve a colonização da Cisjordânia, o que não aconteceu na Faixa de Gaza, de onde Israel retirou toda a sua população ali residente. Em 1994, o Hamas promoveu seu primeiro atentado terrorista, após a morte de 29 palestinos por grupo extremista judaico em Hebrom (Cijordânia). Em 1995, o premiê israelense Yitzhak Rabin, que tinha um espírito mais aberto a negociações, foi assassinado por um extremista judeu. Em 1996, o direitista Binjamin Netanyahu foi eleito primeiro ministro. Em 1999, ele foi sucedido pelo trabalhista Ehud Barak. Em julho de 2000, último ano de seu mandato, o americano Bill Clinton reuniu Barak e Arafat novamente em no acordo realizado em Camp David (EUA) para uma nova cúpula destinada a pôr fim à questão. A cúpula fracassou, apesar de Israel julgar ter apresentado, na sua opinião, sua melhor proposta. Barak oferecia aos palestinos 95% (noventa e cinco por cento) de Gaza e da Cisjordânia (equivalente a menos de 22% (vinte e dois por cento) da Palestina histórica) e capital em parte da Jerusalém árabe, mas não a soberania sobre Esplanada das Mesquitas (área de Jerusalém que concentra os templos árabes). Também não houve acordo sobre o retorno dos refugiados; 7)Endurecimento da Situação (2000-2008): Em setembro de 2000, Ariel Sharon, líder do Partido Likud (partido político de Israel, que congrega políticos em geral conservadores, sionistas e nacionalistas), em campanha para primeiro ministro, ousou ir à Esplanada das Mesquitas, no que os palestinos se sentiram insultados. Como conseqüência, teve início a Segunda Intifada (revolta). Atentados terroristas (geralmente com homens-bomba), ataques israelenses e confrontos deixaram 5.000 palestinos e 1.000 israelenses mortos em quatro anos. Sharon, eleito premiê em 2001, fundou o Partido Kadima, que prometeu abrir mão da "Grande Israel". Em 2002, ele começou a construção do muro entre Israel e a Cisjordânia, que reduziu a quase zero os atentados em Israel, mas anexou grandes porções do território palestino. Em 2004, Arafat, presidente da ANP, morreu e foi substituído por Mahmoud Zeidan Abbas (Abu Mazen), do Fatah, eleito em 2005 Em 2005, Israel retirou soldados e 8.000 colonos da Faixa de Gaza, mas manteve controle sobre as fronteiras marítimas e terrestres do território, dificultando assim o acesso de palestinos a Israel e gerando uma crise de emprego (uma grande quantidade de palestinos trabalha em Israel). Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental são ainda mantidos 400.000 colonos israelenses. Sharon entrou em coma em 2006 (ainda continua) e foi substituído por Ehud Olmert. O Hamas, na Faixa de Gaza, venceu as eleições legislativas palestinas de janeiro de 2006; seu gabinete foi boicotado por Israel e pelo Ocidente, que classificaram o grupo como terrorista e assim inapto para conversações. Em 2007, combates entre o Hamas e o Fatah levaram à expulsão do Fatah de Gaza. A ANP nomeou um novo gabinete, que só tinha voz em parte da Cisjordânia. Israel iniciou, então, um cerco econômico a Gaza. O Hamas passou a usar túneis na fronteira egípcia para contrabandear alimentos, combustível e armas (cerca de 1000 túneis). O grupo e facções ultra-radicais, como a Jihad Islâmica, aumentaram os ataques com foguetes contra Israel. A trégua mediada pelo Egito entre Israel e o Hamas vigorou entre junho e dezembro de 2008, mas nenhum dos dois lados cumpriu estritamente o acordo. A situação só podia piorar.
V)FASE ATUAL: O Movimento Palestino está hoje dividido: por um lado, a Cisjordânia continua sob a direção de Mohamoud Zeidan Abbas (Abu Mazen), que reconhece o Estado de Israel e não está em guerra com ele. Por outro lado, porém, a Faixa de Gaza está sob o controle do Hamas, não reconhece o Estado de Israel, deseja a sua expulsão da Palestina, e passou a lançar foguetes contra ele a partir do norte, atingindo cidades como Asquelom e Siderot, o que vem acontecendo há anos. Israel se disse cansado de apenas se defender e resolveu atacar a Faixa de Gaza, para destruir as bases de lançamento de foguetes e os túneis de acesso através dos quais os mísseis, outras armas e artigos eram trazidos para dentro do país, mandados pelo Irã, pela Síria e pelo grupo Hesbolah, do Líbano, que na verdade usam ao Hamas como seu instrumento de guerra. Em dia 27/12/2008, Israel começou a bombardear a Faixa de Gaza, provocando intensa destruição e a morte de 1.132 palestinos, 14 israelenses e pelo menos 5.146 feridos (até 16/01/2009). Atingidos os seus objetivos militares, Israel resolveu suspender os ataques, unilateralmente, e retirar suas forças da Faixa de Gaza, o que poderia significar o término de um novo período da história local. Os palestinos também declararam uma suspensão dos ataques a Israel. Todavia, como palestinos recomeçaram o lançamento de foguetes sobre Israel e como muitos túneis, não atingidos pelos bombardeios, continuavam sendo utilizados, Israel tem retomado as suas ações, ainda que com menor intensidade. O problema está longe de ser resolvido.
CONCLUSÕES: a)Os conflitos entre israelenses e árabes são muito antigos, existindo há mais de 2.000 mil anos. Biblicamente, eles datam dos conflitos de Esaú e Jacó, desde o seu nascimento (Gênesis 27:41); b)Por ser um conflito muito antigo, ele se tornou muito complexo, com difíceis soluções. Todos sabemos que muitos elementos têm entrado no cenário da história. Hoje, a questão declaradamente é territorial, mas outros aspectos estão presentes, como o religioso (Israel é adepto do Judaísmo; os Palestinos são quase todos adeptos do Islamismo); o político (Israel é uma democracia, com igualdade de direitos para todos; os Palestinos, como os árabes, são monárquicos, ou governados por um líder de poder e tradição, sem igualdade de direitos para todos – as mulheres, por exemplo, sofrem grandes restrições); o cultural (Israel é hoje uma sociedade urbana e moderna; os Palestinos, como os árabes, ainda têm os olhos voltados para o passado da época rural, ou das caravanas pelo deserto, proibindo à população o acesso à modernidade); c)Há também um problema de natureza jurídica: o direito de Israel à terra não pode ser baseado simplesmente na tradição bíblica, ou na história antiga de Abraão, que formam a tradição religiosa do povo. Israel tem direito hoje à terra porque a ONU assim determinou. O Direito Internacional não pode se basear em tradições religiosas, mas em fatos concretos. Isto vale também para os Palestinos, ou para qualquer outro povo sobre a terra. Por outro lado, os palestinos tem direito à terra, porque nasceram nela, o que constitui um direito natural; d)Na guerra atual (denominada de “Chumbo Derretido”), em que pese o direito de Israel de defender o seu território (isto é legal do ponto de vista do Direito Internacional), ele foi de extremo rigor, não fazendo muito para poupar a população civil, inclusive crianças, e os edifícios. Israel se defende afirmando que os civis e as crianças morreram porque os terroristas as usam como escudo, isto é, porque não se isolam da população civil quando praticam os seus atos. Mesmo assim, Israel destruiu maciçamente as cidades. Reconstruir cidades é lançar mão de verbas vultosas que poderiam ser aplicadas em melhorias sociais. Entendemos, pois, que a desproporção do poder aplicado por Israel poderia ser evitada; e)O problema vai um dia ser resolvido. Chegará o dia em que “o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e uma criança os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará sob a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:6-9). Israelenses e palestinos farão as pazes e viverão juntos, como dois povos irmãos no mesmo território.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FOLHA DE SÃO PAULO, 15/01/09. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1501200909.htm>. Acesso em 16 janeiro 2009.
HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. Tradução por David Mendonça. 24 ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1965.
LAPPLE, Alfred. A Bíblia Hoje. 2 ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1981, 231 p.
RYRIE, Charles Caldwell. A Bíblia Anotada. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1994. Versão de Almeida, revisada e atualizada, edição de 1969 da Sociedade Bíblica do Brasil.
SCHULTZ, Samuel J. A História de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988, 413 p.
SMITH, William. A Dictionary of the Bible. Philadelphia: The John C. Winston Company, 1948.
MAPA: http://www.israelepalestina.hpg.com.br/mapas.htm. Acesso em 17 de janeiro de 2009.





DICIONÁRIO DOS TERMOS PARA ENTENDER O CONFLITO ISRAEL-PALESTINA
O ISLÃO ou ISLÃ (do árabe) é uma religião monoteísta que surgiu na Península Arábica no Século VII, baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé.
Os SUNITAS formam o maior ramo do Islão, ao qual no ano de 2006 pertenciam 84% (oitenta e quatro por cento) do total dos muçulmanos. A maioria dos sunitas acredita que o nome deriva da palavra Suna (Sunna), que se refere aos preceitos estabelecidos no século VIII baseados nos ensinamentos de Maomé e dos quatro califas ortodoxos. Alguns afirmam, porém, que o termo deriva de uma palavra que significa "um caminho moderado", referindo-se à idéia de que o sunismo toma uma posição mais neutra do que aquelas que têm sido percebidas como mais extremadas, como é o caso dos xiitas e dos caridjitas. A religião é conhecida ainda por islamismo.
Os XIITAS ("partido de Ali") são o segundo maior ramo de crentes do Islão, constituindo 16% (dezesseis por cento) do total dos muçulmanos (o maior ramo é o dos muçulmanos sunitas, que são 84% (oitenta e quatro por cento) da totalidade dos muçulmanos). Os xiitas consideram Ali, o genro e primo do profeta Maomé, como o seu sucessor legítimo e consideram ilegítimos os três califas sunitas que assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé.
Os KHARIJITAS ou CARIDJITAS ("os que cindiram") foram o primeiro ramo a formar-se no Islão durante o cisma de 655-661 entre Ali e Muawiyah sobre quem deveria ser o califa. Inicialmente partidários de Ali na contenda, rejeitaram as suas pretensões em 657, opondo-se igualmente às de Muawiyah. Os Kharijitas viriam por sua vez a dividir-se em vários grupos; um deles, o dos Ibaditas, é o único sobrevivente no mundo contemporâneo, englobando a maioria dos muçulmanos do Omã, mas com pequenos núcleos presentes na Argélia (oásis de Mzab), na ilha tunisina de Djerba e em Zanzibar. Os Kharijitas consideravam que qualquer homem, até mesmo um escravo, poderia ser eleito califa, desde que reunisse um elevado caráter moral e religioso, e que era legítimo contestar um poder considerado injusto. Por estas razões tornaram-se apelativos para as tribos de beduínos que se sentiam excluídas das estruturas organizativas do vasto império árabe liderado pelos Omíadas e também para os mawali, os convertidos ao Islão que não sendo de origem árabe eram por causa disso discriminados e obrigados a pagar elevados impostos.
O HAMAS ("Movimento de Resistência Islâmica") uma organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado, as Brigadas. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico palestino.
FATAH ou AL-FATAH ("Movimento de Libertação Nacional dos escravos liderados pelo povo da Palestina"), é uma organização política e militar, fundada em 1964 pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil Al-Wazir (Abu Jihad), e outros membros da diáspora palestina. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária. Pode ser definido como um partido de centro-esquerda no contexto da política palestina. É essencialmente nacionalista. O partido é menos radical que o Hamas e atualmente prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões de sua aceitação internacional.
A AUTORIDADE NACIONAL PALESTINA (ANP) ou AUTORIDADE PALESTINA (AP) é uma instituição estatal semi-autônoma governando nominalmente partes da Palestina, que compreende as regiões da Cisjordânia e toda a Faixa de Gaza. Esses dois fragmentos do território original fora estabelecidas como parte dos acordos de Oslo entre a OLP e Israel. A Autoridade Palestina detém o controle sobre assuntos de segurança e civis nas áreas urbanas palestinas (chamadas nos acordos de Oslo de "Área A"), e controle civil sobre as áreas rurais palestinas ("Área B").
A ORGANIZAÇÃO PARA A LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (OLP) é uma organização política e paramilitar tida pela Liga Árabe desde outubro de 1974 como a "única representante legítima do povo palestino. Fundada durante um encontro de 422 figuras nacionais palestinas em Jerusalém, em maio de 1964, depois de uma decisão anterior da Liga Árabe, sua meta era a liberação da Palestina através da luta armada. O estatuto original da OLP, promulgado em 28 de maio do mesmo ano, declarou que a "Palestina, com as fronteiras que existiam no tempo do Mandato Britânico, é uma unidade regional integral" e procurava "proibir a existência e a atividade" do sionismo. Também advoga o direito de retorno e a autodeterminação dos palestinos. O Estado palestino não é mencionado, embora em 1974 a organização tenha passado a reclamar um Estado independente no território do Mandato Britânico. O grupo utilizou-se de táticas de guerrilha para atacar Israel a partir de suas bases na Jordânia, Líbano e Síria, assim como de dentro da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. A OLP foi considerada tanto pelos Estados Unidos quanto por diversos outros países ocidentais como uma organização terrorista, até a Conferência de Madri, em 1991, e por Israel até 1993, pouco antes dos acordos de Oslo. Em 1988 a OLP passou a apoiar oficialmente uma solução bi-estatal, com israelenses e palestinos vivendo lado a lado, de acordo com certas exigências específicas tais como fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado palestino, e conceder aos palestinos o direito ao retorno às terras ocupadas por palestinos antes das guerras de 1948 e 1967 com Israel. Em 1993 o então presidente da OLP, Yasser Arafat, reconheceu o Estado de Israel numa carta oficial ao primeiro-ministro daquele país, Yitzhak Rabin. Em resposta à iniciativa de Arafat, Israel reconheceu a OLP como a representante legítima do povo palestino. Arafat foi presidente do Comitê Executivo da OLP de 1969 até a sua morte, em 2004. Foi sucedido no cargo por Mahmoud Zeidan Abbas (também conhecido como Abu Mazen).
A FAIXA DE GAZA é um território palestino situado em uma faixa costeira de terra no Médio Oriente ao longo do Mar Mediterrâneo, que faz fronteira com o Egito no sul e é cercada pelo território de Israel a norte e leste. Tem cerca de 41 quilômetros de comprimento, e sua largura varia entre 6 e 10 km, com uma área total de 362 km², sendo um dos territórios mais densamente povoados do planeta, com 1,5 milhão de habitantes para uma área de 360 km², sem recursos naturais. A área sofre uma escassez crônica de água e praticamente não tem indústria. Possui uma infra-estrutura precária, bem como uma situação econômica de penúria. A designação "Faixa de Gaza" deriva do nome da sua principal cidade, Gaza, cuja existência remonta à Antiguidade. Esta área atualmente não é reconhecida internacionalmente como parte de qualquer país soberano, mas é reivindicada pela Autoridade Nacional Palestina como parte dos territórios palestinos. Desde junho de 2007, após confronto armado com o Fatah, o Hamas assumiu o controle da faixa de Gaza. O espaço aéreo e o acesso marítimo à Faixa de Gaza são atualmente controlados pelo Estado de Israel, que também ocupava militarmente o território entre junho de 1967 e agosto de 2005. O território da Faixa de Gaza é cercado por muralhas, tanto do lado egípcio quanto israelense.
ISRAEL, oficialmente ESTADO DE ISRAEL, é um país da Ásia Ocidental situado na margem oriental do Mar Mediterrâneo. Israel atualmente divide fronteiras, embora parcialmente definidas, com o Líbano ao norte, Síria e Jordânia ao leste e Egito no sudoeste. A Cisjordânia e a Faixa de Gaza também são confrontantes. Israel é o único Estado do mundo predominantemente judeu, com uma população de cerca de 7,5 milhões de habitantes, dos quais aproximadamente 5,62 milhões são judeus. A maior minoria étnica do país é o segmento denominado como árabes israelenses, enquanto grupos religiosos minoritários incluem muçulmanos, cristãos, drusos, samaritanos e outros, a maioria dos quais são encontrados dentro do segmento árabe. O moderno Estado de Israel tem as suas raízes históricas e religiosas na bíblica Terra de Israel (Eretz Israel), um conceito central para o judaísmo desde os tempos antigos, e no coração dos antigos reinos de Israel e Judá. Após o nascimento do sionismo político, em 1897, e da Declaração de Balfour, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido o Mandato Britânico da Palestina após a Primeira Guerra Mundial, com a responsabilidade para o estabelecimento de “… tais condições políticas, administrativas e econômicas para garantir o estabelecimento do lar nacional judaico, tal como previsto no preâmbulo e no desenvolvimento de instituições autônomas, e também para a salvaguarda dos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, sem distinção de raça e de religião… ".
PALESTINA é a denominação histórica dada pelo Império Britânico a uma região do Oriente Médio situada entre a costa oriental do Mar Mediterrâneo e as margens do Rio Jordão. O seu estatuto político é disputado acesamente. A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), de maioria árabe-palestina, deveriam integrar um estado palestino-árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel, após a Guerra dos Seis Dias. Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestina, mas, devido aos inúmeros ataques terroristas que sofre, Israel mantém o controle das fronteiras e está atualmente a construir um muro de separação que, na prática, anexadas porções significativas da Cisjordânia ocidental ao seu território. A população palestina dispersa pelos países árabes ou em campos de refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel, é estimada em 4.000.000 de pessoas.
EGITO, o seu nome oficial é REPÚBLICA ÁRABE DO EGITO, é um país do norte da África que inclui também a Península do Sinai, na Ásia, o que o torna um estado transcontinental. Com uma área de cerca de 1.001.450 km², o Egito limita a oeste com a Líbia, ao sul com o Sudão e a leste com a Faixa de Gaza e Israel. O litoral norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo e o litoral oriental pelo Mar Vermelho. A península do Sinai é banhada pelos golfos de Suez e de Acaba A sua capital é a cidade do Cairo. O Egito é um dos países mais populosos de África. A grande maioria da população, estimada em 80 milhões de habitantes (2007), vive nas margens do Rio Nilo, praticamente a única área não desértica do país, com cerca de 40.000 km2. O da Líbia, a oeste, o Oriental ou Arábico, a leste, ambos parte do Saara, e do Sina, têm muito pouca população. Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no Cairo, em Alexandria e nas outras grandes cidades do Delta do Nilo, de maior densidade demográfica. O país é conhecido pela sua antiga civilização e por alguns dos monumentos mais famosos do mundo, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. Ao sul, a cidade de Luxor abriga diversos sítios antigos, como o Templo de Karnak e o Vale dos Reis. O Egito é reconhecido como um país política e culturalmente importante do Médio Oriente e do Norte da África.
A CISJORDÂNIA ou Margem Ocidental é um território sob ocupação de Israel, reclamado pela Autoridade Palestina e pela Jordânia, situado na margem ocidental do Rio Jordão. É limitado a leste pela Jordânia e a norte, sul e oeste por Israel. Até 1948, integrava a parcela remanescente da Palestina histórica, a qual foi dividida em três partes: uma parte passou a integrar o Estado de Israel e as duas outras, Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ambas de maioria árabe-palestina, deveriam integrar um Estado palestino, a ser criado conforme a Resolução 181 das Nações Unidas (1947), com a anuência da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel após a Guerra dos Seis Dias. Desde então e até 2009, Israel demoliu mais de 20 mil casas de cidadãos não-judeus.
A JORDÂNIA é um país do Médio Oriente, limitado a norte pela Síria, a leste pelo Iraque, a leste e a sul pela Arábia Saudita e a oeste pelo Golfo de Aqaba (através do qual faz fronteira marítima com o Egipto), por Israel e pelo território palestino da Cisjordânia. Sua capital é a cidade de Amã.
TRANSJORDÂNIA (o emirado da) foi um antigo território do Império Otomano incorporado ao Mandato Britânico da Palestina em 1921 na forma de uma divisão política autônoma governada por As-Sayyid Abdullah Bin Al-Husayn. A criação do território foi formalizada com a adição, em agosto de 1922, de uma cláusula à carta que regia o Mandato para a Palestina. Geograficamente, a Transjordânia era equivalente ao Reino da Jordânia durante o período que foi de 1942 a 1965 (fronteiras um pouco diferentes das atuais), e permaneceu - ao menos nominalmente - sob os auspícios da Liga das Nações e da administração britânica até a sua independência, em 1928. Durante o domínio do Império Otomano a Transjordânia não correspondia a qualquer divisão política, cultural ou histórica anterior - embora a maior parte de seu território pertencesse ao vilaiete da Síria, e uma seção estrategicamente importante ao sul, com saída para o mar Vermelho, pertencesse às províncias de Ma'an e Aqaba, no vilaete do Hejaz. Os habiantes do norte da Jordânia foram associados tradicionalmente com a Síria, enquanto aqueles do sul do território eram mais associados à Arábia e os habitantes do oeste com os distritos administrativos a oeste do rio Jordão. Com a criação da ferrovia do Hejaz, no entanto, o Império Otomano começou a reformular a disposição interna do território. Historicamente, a região pertenceu a diversos impérios, entre os quais o babilônico, assírio, aquemênida, macedônico (selêucida), ptolomaico, romano, bizantino, sassânida, além do otomano, e incorporou partes dos antigos reinos de Israel e Judá, Hauran, Edom, Judéia nabateia, Moabe, Canaã e o Reino de Jerusalém, dos cruzados.
O LÍBANO é um país da Ásia Ocidental, na costa oriental do Mar Mediterrâneo. Faz fronteira com a Síria ao norte e a leste e com Israel ao sul. A localização do Líbano, no cruzamento da bacia do Mediterrâneo e a região árabe têm ditado a sua história rica, às vezes violenta, e a forma da sua identidade cultural única em diversidade étnica e religiosa. Os primeiros indícios de civilização no Líbano remontam mais de 7.000 anos de história registrada. O Líbano foi a casa dos Fenícios, uma cultura marítima que floresceu durante quase 2.500 anos (3000-539 a.C.). Após o colapso do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial, as cinco províncias que compõem o Líbano moderno foram mandadas para a França. O Líbano estabeleceu um sistema político único em 1942, conhecido como confessionalismo, um mecanismo de partilha de poder com base em comunidades religiosas. Foi criado quando os franceses expandiram as fronteiras do Monte Líbano, que era majoritariamente habitado por Católicos Maronitas e Drusos, para incluir mais elementos muçulmanos. O país ganhou a independência em 1943, e as tropas francesas se retiraram em 1946.
A ARÁBIA SAUDITA, oficialmente REINO DA ARÁBIA SAUDITA, é um país do Oriente Médio. Faz fronteira com a Jordânia e com o Iraque no norte e nordeste, com o Kuwait, Catar,e Emirados Árabes Unidos no leste, com Omã no sudoeste e com o Iêmen no sul. O Golfo Pérsico fica a nordeste e o Mar Vermelho a oeste do país. Tem uma população estimada em 28 milhões de habitantes e seu tamanho é de cerca de 2.149.690 quilômetros quadrados. O Reino é às vezes chamado de "A Terra das Duas Mesquitas Sagradas", em referência a Meca e Medina, os dois lugares mais sagrados do Islã. As duas mesquitas são Al Masjid Al-Haram e Al Masjid Al-Nabawi. O Reino atual foi fundado por Abdul-Aziz Bin Saud, cujo empenho começou em 1902 quando ele capturou o ancestral de Al-Saud de Riade e culminou em 1932 com a proclamação e o reconhecimento do Reino da Arábia Saudita, apesar de suas origens nacionais remontarem a 1744 com a criação do Primeiro Estado Saudita. A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo, sendo a principal potência econômica de todo o Mundo Árabe. O petróleo representa mais de 90 por cento das exportações e quase 75 por cento das receitas do governo, facilitando a criação de um estado de bem-estar social, que o governo tem encontrado dificuldades para financiar durante os períodos de baixos preços do petróleo.
INTIFADA é um termo que pode ser traduzido como "revolta". É freqüentemente empregado para designar uma insurreição contra um regime opressor ou um inimigo estrangeiro, mas tem sido especialmente utilizado para designar dois fortes movimentos da população civil da palestina contra a presença israelense nos territórios ocupados e em certas áreas teoricamente devolvidas à Autoridade Palestina (Faixa de Gaza e Cisjordânia). O termo surgiu após o levante espontâneo que rebentou a partir de 9 de dezembro de 1987, com a população civil palestina atirando paus e pedras contra os militares israelenses. Este levante seria conhecido mais tarde como "Primeira Intifada" ou "guerra das pedras". Com a recusa de Arafat em aceitar a proposta de paz de Israel, a "Segunda Intifada" palestina, também conhecida como a intifada de Al-Aqsa, teve início em 29 de setembro de 2000, no dia seguinte à caminhada de Ariel Sharon pela Esplanada das Mesquitas e no Monte do Templo, nas cercanias da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém - área considerada sagrada tanto por muçulmanos quanto por judeus. Apesar de ter surgido no contexto do conflito israelo-palestiniano, o termo foi utilizado para designar outras ocasiões: 1)O levante dos clérigos xiitas contra a ocupação americana no Iraque, em 2003, foi chamado de "Intifada iraquiana"; 2)Uma intifada ocorreu entre maio e junho de 2005 no Saara Ocidental, território com um governo no exílio e governado pelo Marrocos; 3)Os protestos de rua em relação à morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri e conseqüente expulsão das tropas sírias do Líbano foi denominado "Intifada da independência" pela média/mídia local e Revolução de Cedro pela média/mídia internacional.
SIONISMO é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel). O Sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente se propõe à erradicação da Diáspora Judaica com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de Israel.
ANTISSEMITISMO (do alemão Antisemitismus), em português, significa aversão ou hostilidade contra os semitas, especialmente os árabes e judeus[1] como etnia. Inicialmente manifesta como hostilidade de caráter religioso - a exemplo do antijudaísmo do Medievo -, no século XX, na Alemanha nazista, motivou verdadeira perseguição, baseada em doutrinas supostamente científicas. Etimologia e uso: Considerando a etimologia da palavra, antissemitismo significaria, portanto, aversão aos semitas - segundo a Bíblia, os descendentes de Sem, filho mais velho de Noé - grupo étnico e lingüístico que compreende os hebreus, os assírios, os arameus, os fenícios e os árabes. Mas, de fato, a palavra Antisemitismus foi cunhada, em língua alemã, no século XIX, numa altura em que a ciência racial estava na moda na Alemanha, e foi usada pela primeira vez já com o sentido de aversão aos judeus, pelo jornalista alemão Wilhelm Marr, em 1873, por soar mais "científica" do que Judenhass ("ódio aos judeus"). Há autores (como Gustavo Perednik) que preferem utilizar o termo judeofobia, significando "aversão a tudo o que é judaico". E esse tem sido o uso normal da palavra desde então.
HAMAS E ISRAEL. O Hamas preconiza a luta contra Israel, por todos os meios, visando à formação de um estado independente palestino "... desde o Rio Jordão até o mar". Sua carta de princípios, redigida em 1988, preconiza o estabelecimento de um estado muçulmano na Palestina histórica - incluindo portanto Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Em sua carta fundamental, em seus escritos e muitas de suas declarações públicas, o Hamas usa um discurso de ódio contra Israel. Internamente, o grupo mantém uma agenda propagandística que inclui, por exemplo, a transmissão em seu canal de TV, Al-Aksa TV, de programas como o seriado infantil Pioneiros do Amanhã, de conteúdo antiamericano e anti-semitismo. Apesar disso, os dirigentes do Hamas constantemente descrevem o com Israel como político e não religioso ou anti-semita. Segundo seu dirigente, Khalid Meshal, a Carta de Princípios da organização "não prega de modo algum a destruição de Israel".
JIHAD é um conceito essencial da religião islâmica. Pode ser entendida como uma luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita. Ao contrário do que muitos pensam, jihad não significa "Guerra Santa", nome dado pelos Europeus às lutas religiosas na Idade Média (por exemplo: Cruzadas). Aquele que segue a Jihad é conhecido como Mujahid. A explicação quanto às duas formas de Jihad não está presente no Alcorão, mas sim nos ditos do Profeta Muhammad (Maomé): Uma, a "Jihad Maior", é descrita como “uma luta do indivíduo consigo mesmo”, pelo domínio da alma; e a outra: a "Jihad Menor" é descrita como um esforço que os muçulmanos fazem para levar a mensagem do Islã aos que não têm ciência da mesma (ou seja, daqueles que não se submetem à divindade islâmica e ao seu conceito religioso de paz).
FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO é um termo de origem do islamismo ocidental utilizado para definir a ideologia política e religiosa fundamentalista que supostamente sustenta que o islamismo, pragmaticamente de origem midiática, este termo definido no ocidente pelo senso comum, definindo o Islão como não apenas uma religião, mas um sistema que também governa os imperativos políticos, econômicos, culturais e sociais do estado, quebrando o paradigma de estados laicos, comum nesta parte do planeta.
HEZBOLLAH ("partido de Deus") é uma organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano. É uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços da agricultura para milhares de xiitas libaneses. É considerado um movimento de resistência legítimo por todo o mundo islâmico e árabe. O grupo, no entanto, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Argentina, Israel, Canadá e pelos Países Baixos. O Reino Unido colocou a sua ala militar na lista de organizações terroristas banidas no país, enquanto a Austrália considera parte de sua estrutura militar, a Organização de Segurança Externa, uma organização terrorista.
KIBUTZ ("reunião" ou "juntos", em hebraico) é uma forma de coletividade comunitária israelense. Apesar de existirem empresas comunais (ou cooperativas) noutros países, em nenhum outro as comunidades coletivas voluntárias desempenharam papel tão importante como o dos kibutzim em Israel, onde tiveram função essencial na criação do Estado judeu. Historicamente, com a colonização do Estado israelense, criado pela ONU em 1948, os KIBUTIZIM (no plural) também exerceram importante papel estratégico militar quando dos primeiros conflitos entre árabes e israelenses, funcionando como verdadeiras bases avançadas, pois os colonos com treinamento militar e armas combateram exércitos inimigos até uma intervenção do Tzahal (exército israelense).
PARTIDO KADIMA (“Avante”, em hebraico) é um partido político de Israel, de ideologia centrista, fundado pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon e integrantes moderados do Likud, após o primeiro ter abandonado o partido em 21 de Novembro de 2005, e por integrantes do Partido Trabalhista. Atualmente é liderado por Tzipi Livni, que venceu as prévias do partido para suceder Ehud Olmert em 17 de Setembro de 2008. Antes de enfrentar as suas primeiras eleições, em 2006, o Kadima sofreu com a saída de cena de seu fundador (Sharon), que desde então está em coma devido a dois acidentes vasculares cerebrais, mas que venceu as eleições, conquistando 29 dos 120 assentos no referido ano. Em 2009 o partido conquistou 28 cadeiras.
PARTIDO LIKUD (“União”, em hebraico) é um partido político de Israel, que congrega a direita liberal, sionista, nacionalista e conservadora. Foi criado em 1973, como uma coligação liderada pelo partido Herut, de Menachem Begin. Entre os primeiros-ministros do Likud encontra-se Ariel Sharon, que em 2005 o abandonou para fundar o Kadima. Atualmente o partido lidera o governo, tendo como primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, tendo 27 cadeiras no parlamento, dentro de uma coligação de 69 assentos. O partido, que ficou em segundo lugar nas eleições de 2009, sofreu em 2005 uma dissidência liderada pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon (2001-2006), que provocou a saída de vários de seus líderes mais dispostos a negociar com os palestinos. O Likud esteve pela primeira vez à frente do governo em 1977 e liderava o país em 1979, quando foi assinado o histórico acordo de paz entre Israel e o Egito. Os dois países haviam se enfrentado dez anos antes na Guerra dos Seis Dias e, desde então, mantêm uma relação de reconhecimento mútuo única entre países árabes e o Estado judeu. O partido é contrário ao estabelecimento de um Estado palestino que inclua a Cisjordânia.
GUERRA DOS SEIS DIAS (05 a 10 de junho de 1967) foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes – Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. Antecipando um ataque iminente do Egito e da Jordânia, a Força aérea Israelense surpreendeu as nações aliadas, lançando um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia. O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 7h e 10min da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelenses atacaram nove aeroportos militares, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as reparações. Ao mesmo tempo, forças blindadas de Israel investiam contra a Faixa de Gaza, no sul da Síria, nas Colinas de Golã e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém e a Síria interveio no conflito pós atacada. No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, Israel impôs uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã, na Síria. Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis, mais perto do Canal de Suez.
GUERRA DO YOM KIPPUR, também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão (Ramadã, na forma brasileira) ou ainda Quarta Guerra Árabe-Israelense, foi um conflito militar ocorrido de 6 de Outubro a 26 de Outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes liderados por Egipto e Síria contra Israel. A guerra começou com um ataque conjunto surpresa pelo Egipto e Síria no feriado judaico de Yom Kippur. Egipto e Síria cruzaram as linhas de cessar-fogo no Sinai e nas Colinas do Golã, respectivamente, que haviam sido capturados por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias. Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 24-48 horas, após o qual o cenário começou a se formar em favor de Israel. Na segunda semana de guerra, os sírios foram empurrados completamente para fora das colinas do Golã. No Sinai ao sul, os israelenses atacaram em uma "brecha" entre dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o canal de Suez (onde a velha linha de cessar-fogo ficava), e isolou o Terceiro Exército do Egipto justamente quando o cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor. A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O Mundo Árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança entre o Egipto, a Síria e a Jordânia, durante a Guerra dos Seis Dias, se sentiu psicologicamente vingado por seu momento de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final. Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egipto. Os Acordos de Camp David (1978), que vieram logo depois, levaram às relações normalizadas entre Egipto e Israel - a primeira vez que um país árabe reconheceu o estado israelense. Egipto, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.
ACORDO DE PAZ DE CAMP DAVID foram negociações celebradas na casa de campo do presidente dos EUA em Maryland (chamada Camp David) e assinados na Casa Branca pelo Presidente Anwar Sadat, do Egito, e pelo Primeiro-Ministro Menachem Begin, de Israel, em 17 de Setembro de 1978, formam um pacto contraído pelo qual Egito e Israel se comprometiam a negociar em boa fé e a assinar um tratado de paz, conforme os princípios delineados nos Acordos de Paz. O Presidente Jimmy Carter, dos Estados Unidos, foi o patrocinador e anfitrião do encontro, e participou ativamente das negociações. O Tratado de Paz envolvendo Israel e o Egipto foi, de fato, foi posteriormente celebrado, em 26 de Março de 1979, em Washington, DC. Os dois Acordos de Paz, A Framework for Peace in the Middle East ("um quadro para a paz no Oriente Médio") e A Framework for the Conclusion of a Peace Treaty Between Egypt and Israel ("um quadro para a conclusão de um tratado de paz entre Egito e Israel"), contêm disposições sobre como seria encaminhada a questão palestina (os palestinos reivindicam a formação de um Estado próprio em áreas sobre as quais Israel exerce jurisdição) e sobre como seria negociado o tratado de paz entre Israel e o Egipto (local e data das negociações, reconhecimento mútuo, desocupação da Península do Sinai por Israel, limitações militares na fronteira comum, solução pacífica de controvérsias, extinção de boicotes econômicos, direitos de passagem, etc.). A paz entre os dois países sobreveio após trinta anos de hostilidades, contados desde a fundação do Estado de Israel. Para o Egito, porém, a paz com os israelenses significou o isolamento egípcio da comunidade árabe e muçulmana (inclusive a suspensão do país da Liga Árabe), que perdurou até o fim da década de 1980. Apenas a Jordânia seguiu o exemplo do Egito, celebrando um tratado de paz israel-jordânia em 1994. Embora a instabilidade tenha continuado a marcar a Palestina até os dias de hoje, mesmo avanços parciais e incompletos como a paz com a Jordânia e os Acordo de Paz de Oslo não teriam sido possíveis sem o precedente de Camp David, que demonstrou ao mundo que árabes e israelenses eram capazes de dialogar de maneira positiva.
COLINAS DE GOLÃ ou MONTES GOLÃ (antes conhecidas como COLINAS SÍRIAS) são um planalto estratégico e uma região montanhosa situada no extremo sul das Montanhas Antilíbano, entre Israel, Líbano, Jordânia e Síria. A região é objeto de intensa disputa entre Síria e Israel, que controla a maior parte da área desde 1967. Geograficamente, as colinas são limitadas a oeste por uma escarpa de rocha que desce 500 m até o Mar da Galiléia, em Israel, e o Rio Jordão, que forma a fronteira natural entre Israel, Jordânia e a Cisjordânia; ao sul, pelo Rio Jarmuque, na Jordânia; ao norte, pela fronteira internacional com o Líbano, e a leste, pelo planalto de Hauran, no sudoeste da Síria. Israel capturou as Colinas de Golã à Síria, durante a Guerra dos Seis Dias (1967), e defendeu seu controle sobre o território em 1973, durante a Guerra do Yom Kippur, embora, posteriormente, uma parte das colinas tenha retornado à Síria. Nos anos 1970, novos assentamentos judeus foram estabelecidos na área ocupada. Em 1981, as Colinas de Golã foram anexadas por Israel através da Lei das Colinas de Golã, que impôs as leis e a administração israelense ao território ocupado. A lei foi considerada nula pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, através da sua resolução 497, que reafirmou ser inadmissível a aquisição de território pela força. Em 2008, uma sessão plenária da Assembléia Geral da ONU aprovou por 161-1 uma moção de apoio à resolução 497 do Conselho de Segurança. Durante as guerras de 1967 e 1973, a maioria dos habitantes sírios de Golã, cerca de 150.000 pessoas, fugiu. A partir de 1967, milhares de colonos judeus se instalaram nas colinas. Em 2002, havia cerca de 20.000 deles, distribuídos em 18 colônias essencialmente agrícolas. Na mesma época restavam cerca de 17.000 drusos, que geralmente recusam a identidade israelense. A Síria continua a reivindicar o território. Atualmente dois terços da área são governados por Israel. As Nações Unidas, os Estados Unidos, a União Européia, o Reino Unido, a Liga Árabe, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a Anistia Internacional, e a Human Rights Watch consideram que as Colinas de Golã são território sírio ocupado por Israel.
CANAL DE SUEZ é um canal que liga Porto Said, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho. Com a extensão de 163 quilômetros, permite que embarcações naveguem da Europa à Ásia sem terem que contornar a África pelo cabo da Boa Esperança. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.
MAR VERMELHO é um golfo do Oceano Índico entre a África e a Ásia. Ao sul, o Mar Vermelho comunica com o oceano Índico pelo estreito de Bab El Mandeb e o Golfo de Áden. A norte se encontram a península do Sinai, o golfo de Aqaba e o canal de Suez (que permite a comunicação com o Mar Mediterrâneo). O mar Vermelho tem um comprimento de aproximadamente 1900 km, por uma largura máxima de 300 km e uma profundidade máxima de 2.500 metros na fossa central, com uma profundidade média de 500 m, sua água tem um percentual de salinidade de 40% (quarenta por cento). O mar Vermelho é famoso pela exuberância de sua vida submarina, sejam as inúmeras variedades de peixes ou os magníficos corais. A superfície do mar Vermelho é de aproximadamente 450.000 km², com uma população de mais de 1000 espécies de invertebrados, de 200 espécies de corais e de ao menos 300 espécies de tubarões. As temperaturas na superfície do mar Vermelho são relativamente constantes, entre 21 e 25°C. A visibilidade se mantém relativamente boa até 200 metros de profundidade, mas os ventos podem surgir rapidamente e as correntes se revelarem traiçoeiras. A criação do mar Vermelho é devida à separação das placas tectônicas da África e da península arábica. O movimento começou há cerca de trinta milhões de anos e continua atualmente, o que explica a existência de uma atividade vulcânica nas partes mais profundas e nas margens. Admite-se que o mar Vermelho transformar-se-á em um oceano, como propõe o modelo de John Tuzo Wilson. O mar Vermelho é um destino turístico privilegiado, principalmente para os amantes de mergulho submarino. Os países banhados pelo mar Vermelho são Arábia Saudita, Djibuti, Egito, Eritréia, Iêmen, Israel, Jordânia e Sudão.
SÍRIA, oficialmente REPÚBLICA ÁRABE DA SÍRIA, é um país árabe no Sudoeste Asiático, e faz fronteira com o Líbano e o Mar Mediterrâneo a oeste, Israel no sudoeste, Jordânia no sul, Iraque a leste, e Turquia no norte. O nome Síria, antigamente compreendia toda a região do Levante, enquanto atualmente abrange os locais de antigos reinos e impérios, incluindo as civilizações de Ebla do III milênio aC. Na era Islâmica, sua capital, Damasco, foi a capital do Império Omíada e a capital provincial do Império Mameluco. Damasco é largamente reconhecida como uma das cidades mais antigas continuadamente habitadas do mundo. A Síria de hoje foi criada como mandato francês e obteve sua independência em Abril de 1946, como uma república parlamentar. O pós-independência foi instável, e um grande número de golpes militares e tentativas de golpe sacudiram o país no período entre 1949-1970. Síria esteve sob Estado de sítio desde 1962, que efetivamente suspendeu a maioria das proteções constitucionais aos cidadãos. O país vem sendo governado pelo Partido Baath desde 1963, embora o poder atual esteja concentrado na presidência e um pequeno grupo de políticos e militares autoritários. O atual presidente da Síria é Bashar Al-Assad, filho de Hafez Al-Assad, que governou de 1970 até sua morte em 2000. Síria tem uma grande participação regional, particularmente através do seu papel central no conflito árabe com Israel, que desde 1967 ocupou as Colinas de Golã, e pelo envolvimento ativo nos assuntos libaneses e palestinos. A população predominante é de muçulmanos sunitas, mas com uma significante população de Alauitas, Drusos e minorias cristãs. Desde a década de 1960, oficiais militares Alauitas tem dominado o cenário político do país. Etnicamente, cerca de 90% (noventa por cento) da população é árabe, e o estado é governado pelo Partido Baath de acordo com princípios nacionalistas árabes, dos quais aproximadamente 10% (dez por cento) pertencem à minoria curda.
CURDOS é um grupo étnico que se considera como sendo nativo de uma região freqüentemente referida como Curdistão, que inclui partes adjacentes de Irã, Iraque, Síria e Turquia. Comunidades curdas também podem ser encontradas no Líbano, Armênia, Azerbaijão (Kalbajar e Lachin e, a oeste de Nagorno-Karabalk) e, em décadas recentes, em alguns países europeus e nos Estados Unidos. Etnicamente aparentados com outros povos iranianos, eles falam curdo, uma língua indo-européia do ramo iraniano. Todavia, as origens étnicas curdas são incertas. De acordo com Vladimir Minorsky, "não há dúvidas que o termo mar (medos) se refere aos curdos". Além disso, ele escreve que "no raro manuscrito armênio contendo amostras de alfabetos e línguas, escrito em algum momento antes de 1446, uma oração curda aparece como exemplo da língua dos medos".
CALIFADO é a forma islâmica de governo e representa a unidade e liderança política do mundo islâmico. A posição de seu chefe de Estado, o califa, baseia-se na noção de um sucessor à autoridade política do profeta islâmico Maomé. De acordo com os sunistas, o califa deve, idealmente, ser um membro da tribo dos quraysh, eleito pelos muçulmanos ou por seus representantes; já para os xiitas, ele deve ser um imã que descenda diretamente da família do profeta Maomé. Desde o advento do islã até 1924, diversas dinastias alternaram-se sucessivamente no califado, incluindo os omíadas, que foram expulsos de Damasco para Córdoba, na Espanha, os abássidas, que governaram a partir de Bagdá e expulsaram os omíadas de Damasco, os fatímidas, que governaram a partir do Cairo, no Egito, e, finalmente, os otomanos. O califado é a única forma de governo que tem a total aprovação na teologia islâmica tradicional, e "é o conceito político central do islamismo sunita, por consenso da maioria muçulmana nos primeiros séculos".

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